Acúmulo

Os horários são a principal queixa

O começo e o fim do dia são sinônimos de filas nos pontos de ônibus, mas não há previsão de reforço na frota em função da pandemia

Carlos Queiroz -

Durante a semana foi possível acompanhar pelas redes sociais vídeos e imagens de filas extensas de pessoas à espera dos ônibus nos pontos de embarque e desembarque do transporte coletivo. A principal reclamação da população é quanto aos horários da frota, que cumprem desde março, diariamente, o que antes era previsto apenas para os sábados. O cenário, no entanto, não faz parte da rotina. A Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) justifica que o aumento de circulação de pessoas nas ruas foi maior na última semana, por conta dos dias de pagamento de contas e recebimento de salários.

Antes da diminuição na frota e no número de funcionários, cerca de cem mil pelotenses viajavam diariamente com o transporte público. Agora, conforme os números do Consórcio do Transporte Coletivo de Pelotas (CTCP), os números ficam próximos de 27 mil ao dia. Dione Lopes, 27, pega quatro ônibus por dia para trabalhar. Ele é morador do bairro Areal e trabalha como porteiro em uma empresa no Sítio Floresta. “De manhã é tranquilo, de noite que é pior. Os horários estão bem ruins”, contou. Nos últimos dias, ele não presenciou ônibus com uma lotação além do exigido no decreto municipal, que prevê o número máximo de passageiros sentados e outros dez em pé.

No quinto dia útil do mês, a última sexta-feira, o número de passageiros em toda frota dos ônibus chegou a 33 mil - um pico de usuários. A quantidade de veículos nas ruas, no entanto, não tem como aumentar. O diretor-presidente do CTCP, Enoc Guimarães, explicou que o Consórcio possui uma série de prejuízos já acumulados dos últimos meses. Com as mudanças devido à pandemia da Covid-19, apenas 40% da frota dos veículos tem circulado pelas ruas e avenidas da cidade. Em abril, por exemplo, o faturamento foi de menos 80% do ideal - valor inferior ao necessário para cumprir com a folha de pagamento dos trabalhadores.

Com isso, não há condições de aumentar o número de horários e trabalhadores em todas as linhas. Segundo o diretor-presidente, ao fazer isso, os custos para manter os ônibus em funcionamento são ainda maiores. “Nós estamos tentando nos adaptar às mudanças”, frisou Guimarães. Enquanto isso, a SMTT trabalha para adequar as linhas disponíveis à demanda em horários diversos. O titular da pasta, Flávio Al Alam, lembra que adequações foram realizadas nas linhas das localidades da Sanga Funda, Padre Reus e Colônia Z-3. “É uma equação que não é fácil. Precisamos manter um equilíbrio entre a redução (de passageiros) e a oferta”, salientou.

Melhorias são reconhecidas

Em dias comuns, a movimentação nas paradas dos ônibus não é de grandes filas - e se assemelha à movimentação normal antes do início da pandemia. O movimento é contínuo, entram e saem passageiros a todo instante nos ônibus. Os usuários elogiam o funcionamento pela manhã, quando os ônibus estão mais vazios. Antônia Lopes, 59, estava à espera do ônibus da Bom Jesus na tarde de quarta-feira (13) e comparou o funcionamento atual com o das últimas semanas. “Já esteve muito pior, o pessoal não estava respeitando e não usava máscara. Agora é melhor”. Ela é doméstica e, por enquanto, segue trabalhando e saindo todos os dias de casa, no Dunas, para o Centro de Pelotas. 

Fiscalização

Conforme o secretário Al Alam, a fiscalização possui duas frentes: seis agentes de trânsito monitoram os pontos de embarque e desembarque e a movimentação dos ônibus; outro grupo de três fiscais atua na análise das ações de higienização no terminal. A cada nova viagem, os veículos precisam passar por uma rigorosa limpeza. Além disso, a SMTT possui um sistema de monitoramento da bilhetagem diária de cada veículo, números que também auxiliam na tomada de decisões. Em transmissão ao vivo na manhã de quarta, a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) lembrou que a própria população precisa ajudar no trabalho. “As próprias pessoas que usam o transporte coletivo são os fiscais”, pontua. 

Fique atento e denuncie!

Não esqueça que o uso de máscaras, além do transporte coletivo, é obrigatório em todo Estado. Em caso de veículos que descumpram o exigido no decreto municipal denúncias podem ser feitas nos telefones:

Guarda Municipal: 153
SMTT: 3227-5402
Fala Pelotas: 156

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